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Posto de Escuta

Achados numa página ou rua algures.

Achados numa página ou rua algures.

06.11.25

David Byrne, no seu livro "Diário da Bicicleta" (Quetzal, 2010):

"Tenho cinquenta e tal anos, por isso posso confirmar que usar uma bicicleta para nos deslocarmos não é uma coisa apenas para os mais novos e enérgicos. Na realidade, não precisamos do spandex e, a não ser que o queiramos, andar de bicicleta não é necessariamente assim tão cansativo. É a sensação de liberdade — a sensação física e psicológica — que é mais persuasiva do que qualquer argumento em termos práticos. Ver as coisas de um ponto de vista que está suficientemente perto dos peões, dos vendedores e das fachadas das lojas, aliado a uma forma de nos deslocarmos que não se sinta como estando completamente divorciada da vida que ocorre nas ruas, é um puro prazer.

Observar e participar na vida de uma cidade — até mesmo para uma pessoa reticente e muitas vezes tímida como eu — é uma das grandes alegrias da vida."

05.11.25

David Byrne, no seu livro "Diário da Bicicleta" (Quetzal, 2010):
 

"Para Nova Iorque, Peñalosa recomendou que primeiro se imaginasse o que uma cidade poderia ser. O que uma pessoa desejaria que fosse, que poderia ser alcançado em cem ou mais anos. Tal como com as grandes catedrais góticas, temos de imaginar uma coisa que não vamos ver durante a nossa vida, mas uma coisa que os nossos filhos e netos poderão vir a conhecer. E isso também nos liberta da hipótese de descartarmos uma ideia rapidamente por ser considerada demasiado optimista ou pragmaticamente improvável."

31.10.25

Gary Snyder, no seu "A Prática da Natureza Selvagem" (Antígona, 2018):

"Mas Kerr detetou, com agudeza, que: 

Os desejos secretos nos homens transbordam em consonância com a forma como eles próprios se sentem... livres da cortina de cinismo que assumem em público. O seu profundo desejo criativo de serem mais do que meros trabalhadores obedientes vem ao de cima...  os homens são mais românticos, corajosos e poéticos no sigilo da escuridão... Ouvi um homem, aquele que de entre toda a tripulação usava a linguagem mais obscena, recitar o Cântico dos Cânticos para a escuridão e para o rumorejar do mar de encontro à proa do navio... Sozinho, o homem torna-se aquilo que seria se não fosse forçado a um molde. (The Eager Years: An Autobiography, 1949.)"

29.10.25

Gary Snyder fez este curioso parêntesis no seu "A Prática da Natureza Selvagem" (Antígona, 2018):

"Thoreau diz em Caminhada que uma área com trinta quilómetros de diâmetro será suficiente para ocupar uma vida inteira de minuciosa exploração a pé — nunca se conseguirá esgotar os seus detalhes."

28.10.25

"Neste mundo de imperfeições, é com boa vontade que acolhemos até as intimidades mais parciais. E se nele encontrarmos nem que seja uma pessoa com quem conversar abertamente, na companhia da qual não somos sequer obrigados a dissimular a ternura e a modéstia, não teremos motivos alguns para nos zangarmos com o mundo ou com Deus."

Excerto de "Os Prazeres dos Lugares Inóspitos", de Robert Louis Stevenson (Relógio D'Água, 2017).

27.09.25

Herman Melville produz uma imagem fabulosa da literatura logo no início de "Moby Dick" (Relógio D'Água, 2005):

"Ora estas tatuagens tinham sido obra de um vidente e profeta já falecido da sua ilha natal. Por meio destes hieróglifos, tinha escrito no corpo de Queequeg uma teoria completa dos céus e da terra e uma espécie de astúcia misteriosa acerca da arte de alcançar a verdade; assim sendo, o corpo de Queequeg era um enigma que tinha de ser decifrado, uma obra maravilhosa em um volume, mas não podia ler-se a si próprio, se bem que o coração vivo batesse debaixo da página; e estas misteriosas ciências estavam destinadas a apodrecer finalmente com o vivo pergaminho sobre o qual figuravam e condenadas a extinguir-se para sempre."

25.09.25

Erling Kagge, em "Silêncio na Era do Ruído" (Quetzal, 2016):

"Conta-se que o poeta místico Rumi escreveu: «Agora permanecerei em silêncio, e deixarei o silêncio separar aquilo que é verdadeiro daquilo que mente.»

24.09.25

Erling Kagge, em "Silêncio na Era do Ruído" (Quetzal, 2016):

"Criar silêncio é, por vezes, uma ação quase insignificante. Às vezes, basta-me escrever numa folha de papel os meus pensamentos dispersos para esvaziar a cabeça da sua presença. Depois, posso dar uma vista de olhos nas minhas notas para ver se há alguma coisa interessante a que eu deva dar continuidade ou simplesmente recordar."

23.09.25

Erling Kagge, em "Silêncio na Era do Ruído" (Quetzal, 2016):

"Sim, é verdade o que muitos dizem, que as distâncias são eclipsadas pela tecnologia, mas isso é um facto banal. O facto decisivo é, antes, como foi evidenciado por Heidegger, que a «proximidade continua a ser excecional». De forma a atingir a proximidade, de acordo com o ridicularizado filósofo, devemos relacionar-nos com a verdade, não com a tecnologia. Depois de ter tentado Internet dating (encontros pela Internet), estou inclinado a concordar com Heidegger."

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